Avaliação psicológica na clínica da abordagem psicodrama
As pessoas quando aparecem no consultório de psicologia trazem algumas questões que serão abordados nas entrevistas iniciais . De acordo com Dias (2012) as entrevista iniciais tem função de estabelecer contato entre cliente e terapeuta , no qual o terapeuta deverá propicia um clima terapêutico (aceitação, proteção e continência) ao mesmo tempo de colheita de informações , de forma que o cliente possa contar sua história da melhor maneira possível. Desta forma quando a pessoa consegue falar alguns aspectos dessa história que não é contada de forma organizada.
Assim quando uma pessoa chega pela primeira vez no consultório de psicologia ,essa pessoa é estimulada a falar do modo que se sinta a vontade , muitas vezes ouço , depois faço algumas perguntas para tentar entender aquela história.
Para Dias (1987) Se o cliente selecionou esses dados para contar é porque ele os acha relevantes ,mesmo que não sejam os que gostaríamos de ouvir.Portanto a função do terapeuta é avaliar os dados e ajudar o cliente a trazer-los da forma mais completa possível. Ao perguntar aquilo que o cliente não conseguiu nos dizer por exemplo , não quer dizer um interrogatório ,pois o psicodrama é uma abordagem que estabelece uma relação mais humana com o seu cliente ,buscando o deixa-lo mais a vontade.
Ao mesmo tempo é necessário explicar inicialmente como começaremos o serviço psicológico por meio da avaliação psicológica que busca dar informações diagnósticas. De acordo Cunha (2000) chamam este tipo de avaliação de psicodiagnóstico, no qual o psicólogo utiliza de estratégias de avaliação psicológica ,com objetivos bem definidos , para encontrar respostas a questões propostas com vistas à solução de problemas. O psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica com propósitos clínicos.
Logo nessa entrevista inicial apontada por Dias (2010, 1987) se inicia o processo de coleta de informações ,ao mesmo tempo é um momento de criação de um clima terapêutico , para que essa pessoa se sinta a vontade para participar desse processo de maneira mais espontânea.
Ainda sobre entrevistas iniciais pede-se dados : algum problema orgânico , neurológico , utiliza algum medicamento ,quais substâncias ingere, há quanto tempo., pede-se exames caso não tenha , laudos de outros áreas profissionais para ajudar no diagnóstico. Esses documentos são mais uma fonte de informação sobre o cliente .Conforme os autores Hutz (2016) e Dalgalarrondo (2019)
Assim o cliente traz esses dados , ajudando no diagnóstico , facilita no processo de avaliação psicológica. Mesmo assim tendo o cuidado de acolher esta pessoa na sua dor emocional.
Segundo Krug e colaboradores (2016) sobre o processo de psicodiagnóstico chamou atenção para o cuidado de não o considerar como processo investigativo apenas , pois estas práticas de avaliação podem ter aspectos terapêuticos e interventivos.
Por isso no consultório de psicologia busca-se que o cliente se sinta bem no final do processo de entrevista inicial , promovendo um certo alívio daquela angústia trazida ali no momento. Depois de contar esse sofrimento estabeleço um contrato de trabalho . De acordo Dias (1987) no final da entrevista inicial , o contrato é uma combinação de elementos terapêuticos que se desenvolva tais como : horários , frequência , local, tipo de sessão (exemplo individual) honorários , faltas , viagens, férias, doenças.
Nesse processo inicial de entrevista se estabelece o tipo de serviço psicológico ( avaliação psicológica ) .pois inicialmente começa com este psicodiagnóstico , não havendo obrigação continua com uma psicoterapia com o mesmo profissional .Podendo ser encaminhado no final deste processo de avaliação psicológica para outro profissional ou continuar com o mesmo.
Pois serviço de avaliação psicológico visa descobrir qual é o problema desta pessoa . Segundo Cunha (2000pg 30 ) descreve os passos do diagnóstico :
"a) Levantamento de perguntas relacionadas com os motivos da consulta e definição das hipóteses iniciais e dos objetivos do exame;
b) planejamento , seleção e utilização de instrumentos de exame psicológico;
c) levantamento quantitativo e qualitativo dos dados;
d) integração de dados e informações e formulação de inferências pela integração dos dados, tendo como pontos de referência as hipóteses inciais e os objetivos do exame;
e)comunicação de resultados , orientação sobre o caso e encerramento do processo;
Tendo em vista o sofrimento da pessoa que precisa ser acolhida ,mesmo assim podendo mudar o foco de intervenção ,tudo vai depender do problema.
De acordo com Cunha (2000) um problema pode apresentar sinais e sintomas . Este problema poderá ser identificado tanto em sua natureza quantitativa e qualitativa. Cunha (2000) considera que um paciente apresente um certo número de características sintomatológicas , durante um certo período de tempo , para ser possível chegar a uma decisão diagnóstica.Para Cunha(2000) o psicodiagnóstico tem o objetivo de compreender as forças e fraquezas do cliente.
Podemos perguntar desde quando surgiu este problema e quais são o conjunto de sinais e sintomas que caracterizam o problema dessa pessoa que chegou ali no consultório de psicologia.
Podemos perceber que a angústia é um desses sintomas subjetivos e objetivos.A angústia pode estar no relato , pode ser manifestação corporal , pode estar num choro ou num pensamento sobre o medo do amanhã. Nos relatos de dores contados pelos clientes são variados: podendo envolver aspectos do momento como o medo que o covid-19 possa fazer comigo , meus familiares e toda a população mundial .
Muitas vezes a pessoa pode manifestar uma angústia que tem manifestação no corpo (batimentos cardíacos, suor ) pensamento de medo do futuro , tendo como base fatos antigos de sua história de vida.
Outras vezes a angústia tem haver com a dor de perder alguém importante para mim , como fico sem esta pessoa , parece que perdi o sentido de minha vida.
Na literatura de Victor Dias (2018) (2012) (2010) (1996) (1994) (1987) a porta de entrada para se buscar a psicoterapia é angústia, resultantes de bloqueios no desenvolvimento psicológico , nas obras deste autor descrevem três tipos de angústia principais : angústia circunstancial , patológica e existencial.
Muito embora estes 3 tipos de angústias principais possam estar juntas ao mesmo tempo , As intervenções que buscam análise esse tipo angústias podem facilitam na compreensão do problema trazido no consultório de psicologia. Esses problemas nem sempre são ainda os transtornos mentais ( fim de relacionamentos , stress no trabalho , luto, problemas familiares, problemas conjugais, manifestações de tristeza , manifestações de ansiedade,manifestações somáticas)
Nesse processo é necessário distinguir do processo em via desenvolver transtornos mentais , assim como já manifestando os transtornos mentais : transtorno de pânico, transtorno de ansiedade social ,transtorno de ansiedade generalizada, transtorno bipolar, transtorno depressivo maior , stress-pós traumático.
De acordo psiquiatra Barlow (2011) O processo de avaliação clínica e diagnóstico é essencial para estudo da psicopatologia e , em ultima análise para o tratamento dos transtornos psicológicos. O criador da abordagem psicodrama Jacob Levy Moreno (1983) não se focou em descrever as avaliações psicológicas nos transtornos mentais, mas realizou alguns tratamentos tais como: problemas com ereção sexual , esquizofrenia, gagueira e fobia social .
Segundo Brito (2006) o psicodrama possui uma metodologia de pesquisa qualitativa , no qual o método de pesquisa de Moreno é flexível podendo acolher :recursos de linguagem verbal , números,palavras,silêncios,movimentos,posições estáticas, expressões gráficas, imaginárias.
O psicodrama aderi como método de pesquisa clássico : pesquisa qualitativa , entrevista aberta, observação participante. (Brito , 2006).
O psicodrama é uma abordagem que pode ajudar nesse processo de avaliação psicológica, tem um papel de intervenção como salientou Brito (2006) mas essa catarse precisa ter cuidado devido.
Seguimos nesse processo apoiado na literatura de Cunha (2000) e Hutz (2016) no qual buscamos saber da história de vida desse cliente desde de quando estava na barriga da mãe até sua vida atual , buscando saber como se desenvolveu tal problema. Buscamos observar as funções mentais dessa pessoa ( exemplo : memória , pensamento , sensopercepção, funções executivas, atenção, motivação, emoções) Buscando saber como esta suas relações sociais e familiares.
Nessa compreensão total do sujeitos podemos buscar outras formas para avaliar o cliente como os testes psicológicos ou técnicas psicológicas reconhecidas pelo conselho federal de psicologia.
No final do processo de avaliação psicológica o cliente poderá entender o seu problema e saber quais são as suas causas. Então poderemos encaminhar ou não para outro psicólogo ou continuar com o mesmo psicólogo, em seguida o cliente poderá inciar a fase de psicoterapia que irá trabalhar as questões levantadas no processo de avaliação psicológica, sejam suas forças ou fraquezas emocionais.
saiba mais com o Psicólogo Madson Ribeiro Queiroz
ligue : (47)999807714 ou whats app
Referência bibliográfica:
Dalgalarrondo , Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre, ed artmed, 2019.
Dias ,Victor R C S. e Colaboradores .Psicopatologia e psicodinâmica na análise psicodramática. Volume VI,São Paulo, ed ágora , 2018.
Hutz, Cláudio Simon e colaboradores. Psicodiagnóstico.Porto Alegre ,ed artmed, 2016.
Barlow, David H. e colaboradores. Psicopatologia :uma abordagem integrada. São Paulo , ed cengage lerning, 2011.
Dias ,Victor R C S. e colaboradores .Psicopatologia e psicodinâmica na análise psicodramática. Volume IV,São Paulo, ed ágora , 2012.
Dias ,Victor R C S. e colaboradores. Psicopatologia e psicodinâmica na análise psicodramática. Volume IV,São Paulo, ed ágora , 2010.
Monteiro , André Maurício e colaboradores. Pesquisa qualitativa e psicodrama. São Paulo , ed ágora, 2006.
Cunha, Jurema Alcides. Psicodiagnóstico -V. Porto Alegre , ed artmed, 2000.
Dias , Victor R C Silva. Sonhos e psicodrama interno na análise psicodramática. São Paulo , ed ágora , 1996.
Dias , Victor R C Silva. Análise psicodramática e teoria da programação cenestésica . São Paulo, ed ágora, 1994.
Dias , Victor R C Silva . Psicodrama :teoria e prática , São Paulo , ed ágora, 1987.
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